sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

POEMA


              esqueci

como se soletra espelho

e o espaço entre a imagem e si

antevi o pesadelo pesado do tempo passando

                                                                           lento

a solidão é o tormento deste vasto espaço

o olho vendo e o liso da imagem dentro?

toda inversão

oposta ou contrária

exceto a simetria do gesto

                                         caso haja

ou a exatidão da memória

ter visto ou ver o visto ou rever ou perceber nunca ver

desconhecer a sabedoria e há a ignorância

toda vida valeria tanto

caso não houvesse a idolatria

por deuses, santos, profetas, atletas, astros e

tanta toda tecnologia

aparatos high-tec

via ondas e infovias

                               exceto o estremecer da pele numa emoção

qualquer emoção vale mais em energia

e pesa mais em qualidade

somente a quem tem

                                    e usa

se desperdiçá-la ou trancafiá-la no espelho

como ver? sentir?

Pobre Alice desesperada!

o quanto pode percorrer o mundo interior em disparada

e não libertá-lo

caso não tenha

sem ter a chave para fazê-lo

e esta se chama:   liberdade