quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uma poesia

Esta minha poesia pra começar o novo Blog:



Não vou falar-te de sonhos
Não vou falar-te de pesadelos
Falarei apenas da vida comum cotidiana
que surge em ensejos
anseios vagos a trazem
Desejos não realizados
Duma menina que a vê
— sem poder ir voando até a lua —
com olhos frustrados
Alegrias contidas pelas desgraças constantes
Tristezas escondidas das belezas esvoaçantes
— fugitivas do medo assolador —
Mórbidos sons grunhidos a acompanham
E é dito “música” E é dito “viver”
a este tropeço destroçante
E é a Dita Cuja a qual não se perde de vista
que nos prende — a Esperança! —
E por ela digo-te:
Vale a pena viver a vida errante
Porque em laivos despertam a beleza e a certeza
de que é tanto mais o que merecemos
todos nós e ainda não temos
( às vezes dormimos demais)
mas por ver as ruas casas tabernas cemitérios passantes gatos vira-latas e cães retirantes ilustres bêbados bamboleantes
nesgas de luz nas sombras das ruas desertas
e até poluições indigestas como carros fumegantes e gafanhotos comendo a colheita de grãos
e levas de viajantes fugindo com os parcos recursos
tantos consomem com olhos insinuantes
os riscos são todos medidos
e nem um minuto sequer serve para se ver a brilhante Estrela que seria a vida
o dia todo — Todinho! — desde o amanhecer
Se…
…eu te falasse de sonhos

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